sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Fragilidade da vida

O dia de hoje ficará marcado na história da cidade de Sorocaba, não pela bobagem que muitos pregam quanto ao final do calendário Maia e a previsão de um Apocalipse, mas sim pela trágica morte de sete pessoas.

O desabamento de uma das paredes do prédio da antiga fábrica de tecidos Cianê, construída em 1913, que de forma trágica interrompeu a vida de algumas pessoas que passavam pelo local. O prédio estava sendo revitalizado e passando por reformas para a construção de um shopping center.

A queda do muro, a interdição da obra, tudo que vai se falar quanto ao ocorrido, na busca pelos possíveis culpados, não vai curar a dor causada as famílias que perderam de forma trágica esposas, filhos, filhas e maridos.

São em momentos assim que percebo a fragilidade da vida. Como somos vulneráveis a qualquer tipo de tragédia, acidente, erro, enfim seja lá qual for a situação, a vida é rara.

Para alguns a morte tem hora para acontecer, mas não consigo acreditar que a vida possa ser interrompida, de forma tão triste. A morte é complicada demais, assim como a vida e foge a qualquer tipo de explicação!

Feliz aquele que consegue completar um ciclo, nascer, crescer, ser jovem, namorar, noivar, casar, ter uma carreira de sucesso, ter filhos, conhecer seus netos e enfim ter o descanso merecido, com a sensação de que sua missão chegou ao fim e foi realizada com sucesso.

Sei que não é tão simples assim, mas essa é a lógica criada por nós mesmos. Dói ver alguém que amamos partir, mas que seja assim após a conclusão de um ciclo e não com uma interrupção no meio da estrada. Seria mais fácil e feliz saber que determinada pessoa viveu cada etapa de sua vida e não partiu prematuramente.

Posso parecer egoísta, mas é o que sinto!

Nesse momento a única coisa que quero é poder agradecer a cada pessoa que amo, abraçar e dizer o quanto são importantes em minha vida. Uma música define o momento de tristeza, de dor, de fragilidade e sim de medo!

"Bem eu sei que a minha morte não virá.
Até que eu respire todo o ar que há nos meus pulmões
Até que minha última melodia seja cantada
Isso tudo é fugaz
É, mas isso tudo é bom
E o meu amor é todo meu ser
E eu estive compartilhando o que eu posso compartilhar
Mas, se você der um pouco de amor, você pode ter um pouco de amor próprio
Não quebre o coração dele ..."

Trecho da música "Give a littke love" Noah and The Whale

Dê um pouco de amor, enquanto ainda há tempo, amanhã pode ser tarde demais

domingo, 16 de dezembro de 2012

Crises

E mais uma vez ela passa por uma crise!

As vezes ela pensa que a vida é um eterna crise, crise existencial, crise de identidade, crise familiar, crise emocional, crise financeira (... a pior eu acho! rs), enfim todos os vários tipos de "crises" que abalam a vida e temperam o dia-a-dia.

Dessa vez a crise que está pegando é a emocional, o ano para ela foi de mudanças extremas e radicais, da água pro vinho, sua vida passou por um turbilhão de novidades, onde ela se viu obrigada a ser mulher, senhora de si, se cuidar sozinha.

Ela sofreu, ela sofre!Já que solidão pra ela é castigo, a falta de companhia, a falta do irmão, a falta da mãe, a saudades do pai, as lembranças da sobrinha. Hoje ela sabe valorizar a família que tem! E como sabe! Todos estão longe e fazem muita falta.

Com toda essa saudade e a falta que faz, ela aprendeu a se proteger, porém mesmo assim as crises a tornam um pouco fraca e as recaídas começam a revirar aquele coração que estava arrumado. Como uma casa limpa e organizada, mas onde de súbito algumas pessoas chegam e tudo fica fora do lugar.

Assim está o coração dessa jovem moça, as vezes mulher forte, decidida, batalhadora, outras vezes menina, impulsiva, chorona, frágil, enfim uma mistura de sentimentos. E agora uma forte crise emocional a invade. Ela analisou algumas situações, refletiu mas ainda precisa de tempo. Ela quer respostas.

Incrível como é uma mulher de respostas, ela precisa de segurança em cada palavra. Ela valoriza muito cada palavra falada.

Algumas dúvidas invadem aquele coração atormentado, mas talvez sejam essas crises que despertam a sensibilidade que ela tem para saber lidar da melhor forma com todas crises que passam por sua vida.

Ela tem fé que um dia vai olhar para o passado e ver o quanto cada escolha foi importante, e quanto cada passo valeu a pena, pois sua vida é única. Ela quer ser a atriz principal do palco da própria vida, cansou de ficar na platéia, chega de aplaudir, hoje o objetivo é conquistar os aplausos do público.

E quanto as crises... ah essas fazem parte da vida de cada ser humano, cabe a cada um tomar as decisões sobre todos os tipos de crises que o assombra. Ela decidiu, crise emocional ... que venham as lágrimas ela vai transformá-las em vitória!

E a força vem daquela que é a principal inspiração de força, batalha e perseverança ... uma mulher que ela costuma chamar de Mãe!!

 " A gente nasce, cresce, casa, sonha em ser feliz, por isso eu fui buscar no mundo tudo o que eu quis. Todas as vezes minha mãe que alguém me disse não ... Você disse sim pro meu coração"


sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Uma noite e uma manhã

Uma manhã de verão, banho frio a tv ligada no telejornal... o dvd de mpb rodando no laptop sobre a cama bagunçada. Todos os móveis e eletrodomésticos serviam como companhia, ela conversava com todos, desabafava sua decepções, desilusões, as dores diárias de uma vida cheia de responsabilidade, pouca grana, algumas cervejas ou calmantes para conseguir pegar no sono.

 Era mais uma daquelas manhãs normais de uma semana normal! Não fosse a saudade que atormentara... na noite anterior, desligou a tv e o laptop, seus companheiros inseparáveis, escovou de forma demorada os dentes, se olhando no espelho e perguntando "Será que vai ser sempre assim?". Deitou nos lençóis esticados, a porta da varanda aberta, os pés quentes, a falta de sono. Ela olhava para teto com as costas esticadas e pernas dobradas.

Começou a conversar sozinha, fez a si mesma algumas perguntas, algumas afirmações, até que o silêncio tomou o quarto daquele pequeno apartamento e começou a ouvir a água pingando no ralo do banheiro, aquele tilintar de gotas começou a incomodar. Levantou fechou o ralo, encostou a porta do banheiro e buscou um livro na raque da sala.

Deu início a uma leitura no escuro guiada apenas pela luz do aparelho celular, outro companheiro inseparável dessa vida moderna, até que um pequeno trecho do livro a refletiu como um espelho, grande e limpo:  " Depois de muitas decepções, ela desistiu do amor - e até mesmo das amizades - acreditando que é sempre mais seguro não ter muitas expectativas", era exatamente assim que ela se sentia, insegura, com medo, o tempo todo se protegendo.

Horas antes dessa leitura uma conversa desagradável, porém necessária havia começado, o coração desesperado a fazia falar sobre tudo que até então estava guardado, suas dúvidas, seus medos. Ela fez a pergunta a qual mais desejava ter resposta, demoradamente após algumas explicações obteve resposta. Ouviu coisas que fizeram bem, coisas que qualquer mulher gostaria de ouvir, mas também ouviu coisas desagradáveis que machucaram aquele coração.

Após alguns minutos de leitura o sono chegou, dormiu calmamente, horas depois acordou o calor incomodava seu corpo cansado. Suando buscou o copo com água que estava próximo a cama, pegou o celular e encontrou uma mensagem, leu e pensou em como as pessoas são fracas, em como desistem facilmente ou em como era tudo de fato uma ilusão, afinal aquelas palavras a fizeram entender que já não tinha a menor importância para aquele que um dia a chamou de meu amor.

Atordoada pelo sono misturado em uma noite quente, olhou para a porta da varanda, não teve coragem de levantar, desligou o celular e logo pegou no sono. Acordou mais cedo que o de costume, o sol brilhava e trazia a luz de um novo dia, consultou o relógio, olhou para o teto, depois para a porta do quarto, pensou em tudo que havia acontecido. Resolveu se levantar, escolheu uma roupa leve e confortável, olhou para o espelho os cabelos estavam mais belos que o normal, estranhou!

Sorriu e desejou a si mesma "Bom dia", ligou a Tv abaixou o volume, colocou o laptop sobre a cama e de porta aberta foi para um banho frio. Deixava a água escorrer e refrescar o corpo, a toalha parecia quente, recém passada. Novamente encontrou o espelho, o som que vinha do quarto a dava uma canção de amor, "Se a gente não fizesse tudo tão depressa. Se a gente não dissesse tudo tão depressa, se não tivesse exagerado a dose, podia ter vivido um grande amor..."

Ela refletia sobre a música, cantava um pouco triste e um pouco feliz, uma mistura de sentimentos. Se admirava, com a roupa que escolhera. A pele protegida por bloqueador solar, um pedaço de bolo e um copo de leite foram o café da manhã, dentes escovados, bolsa nas mãos, a tv desligada e o laptop também. Chave na porta e ela saiu para mais um dia normal de trabalho.

Saiu... sentindo saudades, com uma leve dor, mas reconhecendo que é uma bela mulher e que as coisas passadas devem ser deixadas para tráz, afinal a vida trás novos caminhos e foi feita para se viver. Se esse algum amor existiu ela não sabe, agora o que importa é viver e ser feliz como tiver que ser!!